A doença ocupacional ou profissional está definida no artigo 20, I da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1991 como a enfermidade produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade constante da relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Atualmente tem crescido o número de trabalhadores com as mais variadas doenças ocupacionais, uma das mais frequentes é a Síndrome de Burnout,diante deste cenário preocupante o Bahia News,entrevistou o psicólogo Especialista em Psicoterapia Comportamental Neyldson Moreira.
Ao BN o psicólogo, disse, " Burnout é uma palavra inglesa, ela vem para descrever algo de deixou de funcionar por exaustão, a exemplo de um carro com muitos anos de uso e com passar do tempo apresenta desgaste e para de funcionar, assim somos nós", diz.
"Nossa relação com trabalho tem se modificado muito ao longo dos anos, com a revolução industrial, crescimento das grandes empresas e as multinacionais tomando conta do capital", conta.
“Todo modelo de trabalho foi modificado para o sistema home-office, as demandas que já acometiam os colaboradores no ambiente de trabalho, agora foram levadas para dentro de casa, a cobrança que o servidor recebia no trabalho e as vezes o empregado conseguia deixar lá fora, agora durante e pós pandemia passou ser uma situação presente na residência", explica o psicólogo.
"A Síndrome apresenta as seguintes características, esgotamento emocional incapacidade de se desligar do trabalho, o indivíduo desliga o computador, mas não se desliga do trabalho, sai do ambiente do trabalho, mas a função desenvolvida não se afasta dele, isso leva ao esgotamento, redução da realização profissional e pessoal desse sujeito e vai gerando uma série de consequências na vida pessoal do funcionário, um exemplo disso é a qualidade do sono ruim, alimentação deficiente por está sempre ligado ao trabalho, isso interfere como o indivíduo vai reagir no dia seguinte", relata o especialista.
Segundo Neyldson,o trabalhador por estar cansado e devido a cobrança no trabalho e por não atingir o objetivo proposto pela empresa pode entrar em um processo depressivo”. Disse.
“O processo depressivo é a desconexão dessa pessoa no dia à dia das coisas que lhe davam prazer e deixam de fazer, pode evoluir para uma depressão severa ou reações suicidas”, afirma.
"Trabalhei em uma empresa multinacional no setor de Recursos Humanos por 15 anos, antes da minha parte clinica, fui vítima da Burnout,o alto nível de cobrança era muito grande que me levou a um processo depressivo”, revela Moreira.
Prevenção
Segundo Neyldson Moreira é possível a empresa prevenir a doença através da redefinição e reorganização dos processos dentro do ambiente de trabalho, adequando os objetivos da organização, mas priorizando a saúde mental do trabalhador ”. Recomenda.
"O funcionário pode identificar os sintomas ao perceber a sua qualidade de vida, a exemplo do humor, sono, relacionamento com a família a partir da desconexão com o trabalho "concluiu.
É importante buscar o atendimento com o psiquiatra e o psicólogo para iniciar o tratamento.
Reportagem Ana Meire Dias